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Foto do escritorProf. Gildo Gomes

EVANGELHO COACHING: ESPELHO, ESPELHO MEU...

Certa vez o inglês Loyd Jones, médico e depois pregador na Capela de Westminster afirmou que “todo o problema da vida é, em última análise a preocupação com o ego”

1. Jesus resumiu toda a lei em dois mandamentos: O primeiro, amar a Deus com todo o entendimento, alma e coração; e o segundo, amar o próximo como a si mesmo. Nos tempos modernos, por influência da psicologia, acrescentou-se um terceiro mandamento: O AMOR A SI PRÓPRIO. É comum dizer-se que você só conseguirá amar se primeiro amar-se, porque devemos desenvolver nosso valor pessoal, antes de reconhecermos o valor do outro. O mais terrível é que na época atual caracterizada pelo ódio, violência, desrespeito e autoritarismo o nosso maior problema não é que nos amamos pouco, ao contrário, amamo-nos além da conta. Para sermos sincero nossas dificuldades nunca foram amar a nós mesmos, mas sim em amar a Deus, nosso criador; e amar o próximo, nosso semelhante. Nem eu, nem você e nem ninguém tem reais problemas de amor próprio, e por isso Jesus disse que deveríamos amar o próximo como a nós mesmos, pois ele partiu do princípio que o amor a si é latente no ser humano. Não são três mandamentos do tipo: AMOR A DEUS, AMOR AO PRÓXIMO E AMOR A SI PRÓPRIO e, sim, apenas dois: AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO, onde o segundo está ligado ao primeiro. Ensinar que o ser humano precisa aprender a amar a si primeiro para depois amar o seu próximo é o mesmo que querer apagar um grande incêndio usando uma mangueira ligada no posto de gasolina. O homem é imagem e semelhança de Deus e tal expressão nos lembra um espelho. O interessante é que um espelho reflete sempre uma imagem que não é sua. Algum problema na imagem refletida não é uma questão de auto ajuste do espelho, mas sua posição errada com a realidade que reflete. Igualmente nós refletimos uma dignidade que não é nossa, a recebemos na criação e por isso, quando refletimos mal, trata-se de erro de relacionamento criatura-Criador e não de baixo autoimagem. Ora, o erro colossal da psicologia secular da autoestima é este: Ninguém odeia a si mesmo, pois caso fosse verdade as críticas feitas a alguém seriam recebidas com alegria e não com zanga ou tristeza. Na verdade as pessoas odeiam as circunstâncias e situações da vida e não a si mesmas. Mesmo o pior assassino se considera uma pessoa boa e amante de si. Até um suicida, cometeu tal ato por amor próprio, por dominar-se pelo próprio ego e não por falta de amor a si. Como disse o psicólogo David G. Meyers: “As pessoas costumam atribuir a si mesmas os comportamentos positivos e a fatores externos os comportamentos negativos, permitindo-se receber o crédito por suas boas ações e negar a responsabilidade pelas más”

2. Como prova disso dificilmente você encontra alguém que rejeita o elogio pelo sucesso ou aceita a culpa pelo fracasso. Não, a tendência é o contrário. A egolatria portanto, é o nosso grande problema e não a ausência de amor próprio. Afinal de contas ninguém chega para o seu espelho mágico e diz: “Espelho, espelho meu quem é mais feio do eu?” Chegamos ao nosso espelho e perguntamos quem é mais belo, mais inteligente ou mais bem sucedido. Desde que o mal entrou no gênero humano sempre existiram pessoas egocêntricas e orgulhosas, mas a atual geração se caracteriza por intelectualizar o orgulho sob outros nomes como autoestima, amor próprio, autoimagem, aceitação de si, perdão a si mesmo, complexo de inferioridade e outros. E o orgulho que já tem grande influência da psicologia na sociedade com seus psicólogos-sacerdotes como Freud, Jung e Carl Roger, agora temos os pregadores coaching nas igrejas a nos lembrar que nós somos o centro das atenções de Deus. Pululam nos púlpitos evangélicos mensagens que massageiam o ego e crucificam a glória do verdadeiro evangelho. Muitos evangélicos deveriam pelo menos lembrar-se dos péssimos exemplos de Freud e Carl Roger. Freud dizia que o mandamento de amar ao próximo era um absurdo e que “O meu amor é algo valioso pra mim, que eu não devo jogar fora sem reflexão...Se eu amo alguém, ele precisa merecê-lo de alguma forma...Ele o merece, se for tão semelhante a mim em pontos fundamentais, que eu possa amar-me nele; e ele merece isso, se for tão mais perfeito que eu, de modo que eu possa amar o meu ideal de mim mesmo nele”

3. Freud foi depressivo durante a maior parte de sua vida e chegou a usar cocaína para aliviar suas dores psicológicas. E de Carl Roger, um psicólogo humanista norte-americano que enfatizou a autoestima, temos um exemplo triste do mal que a autoestima pode fazer. Ao responder porque não dera atenção necessária a sua esposa, nos últimos meses de sua doença terminal, ele simplesmente disse “que era necessário para minha sobrevivência que eu vivesse a minha vida, e que isso deveria vir em primeiro lugar, apesar de Helen estar tão doente” 

4. Ainda lembro como ficou o rosto da professora de psicologia na faculdade quando citei esse episódio rogeriano, mas uma colega de sala, concordou com a atitude de Roger e acrescentou que cada pessoa deve ser íntegra consigo mesma. Sem querer ela mostrou para a turma que a autoestima é apenas outro sinônimo elegante para orgulho. A filosofia da autoestima produziu e continuará produzindo pessoas assim, orgulhosas de si, íntegras com seu próprio ego e o que é pior, elas terão orgulho de serem orgulhosas. O Evangelho coaching é mais um instrumento para conduzir cristãos para olharem-se para si mesmo e glorificarem-se a si mesmos. O apóstolo Paulo ao citar as terríveis características do final dos tempos em 2º Timóteo 3, ele começa dizendo que “os homens serão amantes de si mesmos”.


BIBLIOGRAFIA

[1] HUNT, Dave. Escapando da Sedução. 1ª ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia Noite, 1995 p.164

[2] HUNT, Dave. Escapando da Sedução. 1ª ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia Noite, 1995 p.169

[3] NICHOLI, Armando M. Deus em Questão C. S. Lewis e Freud. 1ª ed. Minas Gerais: Ultimato, 2005. p 188

[4] NICHOLI, Armando M. Deus em Questão C. S. Lewis e Freud. 1ª ed. Minas Gerais: Ultimato, 2005. p 78

[5] HUNT, Dave. Escapando da Sedução. 1ª ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia Noite, 1995 p.165



1 comentário

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1 commento


elisete
01 feb 2022

Muito bom!!

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