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  • Foto do escritorProf. Gildo Gomes

“FOGO ESTRANHO” NO CULTO AO SENHOR: AS DANÇAS LITÚRGICAS, E O MINISTÉRIO DOS LEVITAS NAS IGREJAS

Na Bíblia a dança em si não é pecado. Na volta do filho pródigo temos música e dança (Lc 15.25). Infelizmente o que antigamente era uma expressão cultural de alegria entre os povos hoje é mais manifestação de sensualidade e exibicionismo. As “danças cúlticas”, ou seja, danças de adoração no culto ao Senhor é algo inexistente na Escritura. Em nossos dias o que começou como “ministério de dança” em certas igrejas, transformou-se em “forró gospel”, “funk gospel”, “samba gospel”, “rock gospel” e outros ritmos. Os defensores da “dança cúltica” usam o exemplo de Davi na alegria da chegada da arca do Senhor. O episódio é narrado em 2 Samuel 6.14. Em traduções como Almeida Fiel1 e Edições Loyola2 trata-se mais de rodopios do que dança, o que era comum no mundo antigo em meio as vitórias militares contra os inimigos. Miriã dançou por Deus ter “lançado [no mar] o cavalo e seu cavaleiro”, na vitória contra Faraó e seu exército (Êx 15.20,21). A filha de Jefté dançou por seu pai ter subjugado os amonitas (Jz 11.33-34).

Igualmente a “dança” de Davi foi a alegria da vitória contra os filisteus e por isso ele rodopiou e ofereceu holocaustos ao Senhor. Caso Davi acreditasse que sua “dança” fazia parte do culto no templo, então o mesmo teria separado levitas dançarinos. Em 1 Crônicas capítulos 23-25, Davi é orientado por Deus para separar os levitas porteiros, tesoureiros, padeiros, músicos e cantores, mas não temos nenhum levita dançarino na casa do Senhor. O rodopio de vitória do rei sobre o inimigo não significou o ministério de dança no templo. Se naquela época a “dança” de Davi não justificou a dança no culto, qual a razão de justifica-la hoje? Há ainda aqueles que aprovam a dança no culto com base no Salmo 150. Nele os versículos 1 e 4 dizem: “Louvai a Deus no seu santuário” e “Louvai-o com adufes e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas”. O salmo é um convite à criação louvar ao Senhor e não uma ordem para dança litúrgica. Pelo contexto e a sequencia de instrumentos musicais, outras traduções vertem “flauta” ou “coro” e não “dança” como Almeida Corrigida3, padres Matos Soares4 e Antônio Figueiredo5.


Quando o salmo diz “louvai-o no seu santuário”, não se refere ao templo, mas ao “firmamento, obra do teu poder”, como acontece nos salmos 11.4 e 102.19 onde toda a criação, céus e terra são convidados a louvarem ao Senhor.

Além da “dança litúrgica”, crentes pentecostais acreditam nas “danças espirituais e proféticas” no culto, porque segundo dizem o Espírito Santo faz o crente dançar e profetizar. No dia de Pentecostes ninguém dançou. Na bíblia temos “encher-se do Espírito” (Ef 5.18), “orar no Espírito” (Ef 6.18) e “andar no Espírito” (Gl 5.16), mas em nenhuma parte, o “dançar no Espírito”. Em Atos dos Apóstolos temos pessoas “cheias do Espírito Santo” (At 2.4;4.8;4.31;7.55;9.17), porém nunca dançando no Espírito. O dom de profecia (1Co 14) é bíblico, mas não existe tal coisa como dança profética. O crente em Jesus não separa o Espírito Santo daquilo que diz a Bíblia inspirada pelo mesmo Espírito para nosso “ensino, repreensão, correção e instrução na justiça” (2Tm 3.16,17). Quando 2 Coríntios 3.17 diz: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espirito do Senhor, aí há liberdade”, o contexto mostra o véu da incredulidade que cobria os judeus quando liam a lei. Ao se converterem esse véu é removido e então eles têm liberdade em Cristo Jesus. O capítulo nem fala do culto, mas que somos ministro da nova aliança. No culto temos a exposição do evangelho, o louvor e adoração ao Senhor em decência e ordem (1 Co 14.40). O culto é racional (Rm 12.1) e toda gritaria, balburdia, confusão e desordem não fazem parte de um momento solene e reverente diante do glorioso Deus, cuja santidade o céu dos céus não pode contê-lo (2Cr 6.18).

Na Nova Aliança, tem-se o sacerdócio de todos os crentes e com isso o louvor no culto é congregacional. Não existem mais levitas, mas todo o povo de Deus canta e louva no culto (Ef 5.19, Cl 3.16), na celebração ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Infelizmente, vivendo na nova aliança, igrejas se esforçam para cultuar com práticas judaicas como levitas, shofar, arca da aliança, unção de óleo, roupas sacerdotais, bandeira de Israel, estrela de Davi entre outras ações e elementos. Em certos municípios do Brasil já se aprovou até “O Dia do Levita”, incentivados por vereadores evangélicos que não entenderam a doutrina dos pactos ou alianças na Escritura. Na Bíblia um levita era um descendente de Levi pelos seus filhos, Arão e Coate, e deles se escolhiam os sacerdotes (Nm 4). Os levitas exerciam muitas atividades no tabernáculo e no templo: limpeza, arrumação, preparação de alimentos e louvor. Exemplo de levita porteiro e tesoureiro (1Cr 9.26); levita padeiro (1Cr 9.31,32); e de levita cantor (1Cr 15.22). Hoje igrejas não chamam o porteiro, o tesoureiro e o zelador de levita, e nem deveriam, mas usam o termo aos cantores e músicos. Uma teologia antibíblica conduz uma igreja a oferecer “fogo estanho” e o resultado é a rejeição do Senhor de um culto com práticas que Ele não estabeleceu.



Referências Bibliográficas:

[1] Almeida, Corrigida, Fiel – ACF. Sociedade Bíblica Trinitária do Brasil. São Paulo-SP, 1994.

[2] Bíblia Mensagem de Deus. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1994.

[3] Bíblia Revista e Corrigida. Tradução de João Ferreira de Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.

[4] Bíblia Sagrada. Edições Paulina, São Paulo, 10ª edição, 1982.

[5] Bíblia Sagrada. Edelbra Editora e LIvraria Brasileira Ltda, Rio Grande do Sul, 1979.






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